sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Soneto de separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


- Vinícius de Morais

Um comentário:

  1. eu só te digo uma coisa: isso é tocante, sem falar da foto, que tem sintonia com o poema!

    ainda tenho o q tu me deu ano passado.
    Soneto de Luiz Vaz de Camões.

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