domingo, 15 de novembro de 2009
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
sábado, 14 de novembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
''Me tire desse quarto de hotel e de todas as coisas que entram pela janela; me leve para longe das palmeiras, mais longe e perto das coisas mais macias; me faça esquecer (depressa) as pessoas ruins — isto é: as que gostam de cebola crua; me ensine, tudo o que eu não aprendi: a cortar com a mão direita, a usar anel, a tocar piano, a desenhar uma árvore e valsar; e me lembre do que eu esqueci — raiz quadrada, (as mais ordinárias), frações, latim, geofísica e "Navio Negreiro", de Castro Alves; depois, me dê, pelo bem dos seus filhinhos, aquilo que eu não tenho há quase um ano, carinho — de um jeito que eu não sei dizer como é, mas que há, por aí ou, pelo menos, já houve; destelhe a casa, deixe a noite entrar e, juntos, vamos nos resfriar; espirre de lá, que eu espirro de cá... agora, lado a lado, sentemos, os dois de perfil para o ventilador; minhas mãos e as suas não são de ninguém, entendido?; se interesse por mim e pergunte o que eu sei, que eu quero exclamar, no mais puro francês: "oh!"..."comment allez vous"? (...) de um jeito ou de outro, me tire daqui, pra Pérsia, Sibéria, pro Clube da Chave, pra Marte, Inglaterra, sem couvert, sem couvert; está vendo o retrato dos meus 20 anos? de lá para cá, cansaço, pé chato, gordura, calvície fizeram de mim essa coisa ansiosa, insegura e com sono, que pede a você, no auge do manso: não saia esta noite e fique, ao meu lado, esperando que o sono me tome e me mate, me salve e me leve, por amor ao teu andar, assim seja..."
Antonio Maria
sábado, 24 de outubro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Garota vodu
Sua pele é de um claro tecido,
Todo costurado e refeito.
Muitos alfinetes coloridos
Despontam-lhe à altura do peito.
Olhos que giram como discos,
Ela possui dois belos pares.
Olhos de poderes hipnóticos:
Olhos de apaixonar os rapazes.
Rapazes que coloca em transe,
Como verdadeiros zumbis.
É o caso de um zumbi francês,
Que depois só dizia: "Oui, oui".
Mas ela também tem uma sina
Que jamais pode ser quebrada:
Se alguém dela se aproxima
Seu coração sente as espetadas.
- Tim Burton
O triste fim do menino ostra e outras histórias
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
-Minha trança chegava até a cintura. As pulseiras cobriam os braços.
-Alguma coisa se perdeu.
-Onde fomos? Onde ficamos?
-Alguma coisa se encontrou.
-E aqueles guizos?
-E aquelas fitas?
-O sol já foi embora.
-A estrada escureceu.
-Mas navegamos.
-Sim. Onde está o Norte?
-Localiza o Cruzeiro do Sul. Depois caminha na direção oposta.
Caio F. Abreu
trecho de ''O dia em que Júpiter encontrou Saturno.''
domingo, 20 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
o ouvido cheio de flores recém-cortadas,
a língua cheia de amor e de agonia.
Muitas vezes me perdi pelo mar,
como me perco no coração de alguns meninos.
(...)
Porque as rosas buscam em frente
uma dura paisagem de osso
e as mãos do homem não têm mais sentido
senão imitar as raízes sob a terra.
Como me perco no coração de alguns meninos,
perdi-me muitas vezes pelo mar.
Ignorante da água vou buscando uma morte de luz que me consuma.
Federico Garcia Lorca
Soneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
- Vinícius de Morais
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
O outro
mas foi o outro que ela escolheu para seguir em frente e não ele, mesmo que o outro não tivesse o mesmo sonho manso, a mesma voz doce, mesmo que o outro fosse um furacão de incertezas e que talvez ela nunca compreeendesse o outro como compreendia ele, talvez ela só estivesse usando o outro para curar uma antiga ferida, mesmo assim foi o outro que ela escolheu, ela não sabia o que aquela escolha significaria em sua vida mas ela o escolheu.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
ela me redimisse ou me cegasse
Busquei-a na catástrofe da aurora
e na fonte e no muro onde sua face,
entre a alucinação e a paz sonora
da água e do musgo, solitário nasce.
Mas sempre que me acerco vai-se embora
como se me temesse ou me odiasse.
Assim persigo-a, lúcido e demente.
Se por detrás da tarde transparente
seus pés vislumbro, logo nos desvãos
das nuvesn fogem, luminosos e ágei!
vocabulário e corpo - deuses frágeis -
eu colho a ausência que me queima as mãos.
- Ferreira Gullar
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Flor de azeviche
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Caio Fernando Abreu
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Vai muito além das promessas infantis de eternidade.
Tudo iniciou há doze anos, nessa encarnação, afinal ligações como essa são fortes demais para terem sido criadas do dia para noite e levando em conta o mundo atual em que tudo é rápido demais tenho certeza que estamos juntas há milênios.
Enfim quando se é pequeno as relações são muito mais fáceis, as amizades são feitas por afinidade, elas são puras e verdadeiras.Mas as pessoas crescem, ninguém é criança a vida toda e o porém está justo num verbo de sete letras, ''CRESCER''.
Crescer é difícil, é dolorido, é desestruturante. Quando o crescer toma forma e vira vontade própria o perigo é constante para qualquer relação, ao crescer algumas afinidades morrem. Ela gosta de capoeira, eu faço teatro ,ela curte reagge, eu amo roque enrrow. Os interesses começam a ser opostos demais e cada um vai querer defender o seu, eu acho que é isso que acontece com os casamentos, o interesse de um é muito mais importante que o do outro e vice-versa. A diferença esta na forma como cada um trata suas divergências, é dificil viver em conjunto assim como é impossível viver sozinho.
Olha só eu comecei a dar voltas e voltas não falei nem a metade do que pretendia.
Eu só queria pedir perdão ao mundo por ser tão egoísta, imatura e estúpida.
Dizer que o eclispe nunca tem fim e que o sol e a lua nunca irão se separar, não importa que tempo passe, não importa a distância física ou psicológica, não importa o quanto elas se xinguem ou se odeiem isso um dia vai passar e elas vão estar juntas de novo e mais uma vez, está escrito no destino delas algo muito maior e irremediável, elas vão estar juntas para todo o sempre.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Quais são os mistérios que te guardam?
Quem é tu que como o ópio
embriagou minha mente de luxúria,
fazendo-me procurar incessantemente tua sombra,
como um andarilho no deserto procura por água.
Tenho sede do teu olhar misterioso
o qual irradia um desejo qualquer sobre mim.
Sê afável nobre rapaz, dou-te minha alma
cuida de não maltrata-la
enquanto minha boca espera rubra e incansável
o beijo teu.
Juliana Albuquerque
segunda-feira, 13 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
sábado, 6 de junho de 2009
sexta-feira, 29 de maio de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Nada
segunda-feira, 11 de maio de 2009
(escrito no início do ano)
ESCOLHER: do latim excolligere; Preferir; Optar entre duas ou mais coisas; Fazer seleção de algo.
''Na prática, ser humana era tudo o que eu sabia. O futuro era um grande abismo escuro que eu só poderia conhecer quando pulasse nele.''
-Eclipse
sexta-feira, 8 de maio de 2009
A criação
Já faz algum tempo que eu tinha decidido criar um blog ,porém qualquer motivo era desculpa para adiar tal criação, isso com certeza se deve ao fato de eu adorar mascarar minhas emoções a ponto de as vezes ninguém saber o que realmente estou sentindo, o que faz de mim uma pessoa um pouco solitária, na verdade muito solitária ,viver de aparências não é muito fácil mas também não é tão dificil ,é tudo uma questão de ponto de vista, você pode aprender a conviver com isso como também pode tentar amenizar (tenho quase 100% de certeza que nunca serei realmente inteira para alguém) ,isso faz de mim uma pessoa amarga? Talvez, mas também agradável e divertida ,tudo depende da fase da Lua!
A escolha do nome tem uma explicação bem simples o blog será composto de minhas frustrações ,alegrias ,dores e devaneios ,costurados com letras e agulha em uma peculiar colcha de retalhos que tanto tem seus pedaços coloridos e divertidos como também não menos importante os pedaços escuros e sombrios.